A Microsoft e a ONG Mães da Sé anunciaram ontem (21), em Brasília, uma parceria que visa otimizar busca por pessoas desaparecidas no Brasil. O acordo prevê a criação de um aplicativo que utiliza reconhecimento facial, desenvolvido pela Mult-Connect, para potencializar as buscas de desaparecidos e ser um aliado ao trabalho de procura das entidades públicas por meio de parcerias com delegacias, hospitais, prontos-socorros, albergues, entre outras instituições. A ação faz parte do programa global da Microsoft AI For Humanitarian Action, que tem como objetivo fornecer tecnologia, recursos e experiência para capacitar pessoas para resolver questões humanitárias.
A plataforma utiliza os serviços cognitivos, inteligência artificial e armazenamento em nuvem do Azure, da Microsoft, para identificar uma pessoa em situação de suspeita de abandono por meio de reconhecimento facial. Basta que o usuário faça uma foto da pessoa para que o app busque no banco de dados da ONG e mostre se as características são compatíveis com as de alguém que está desaparecido. Além disso, será possível buscar pessoas por características físicas (cor da pele, cabelo, olhos).
O projeto Mães da Sé existe há 23 anos e começou a partir da busca de Dona Ivanise por sua filha desaparecida na época. Desde então, ela tem se dedicado a ajudar famílias a encontrarem pessoas na mesma situação. Com a tecnologia, o uso das imagens captadas por meio do aplicativo poderá ser orimizado via reconhecimento facial, o que potencializará o alcance. Desde sua fundação, em 1996, a ONG cadastrou mais de 10 mil pessoas em situação de desaparecimento e ajudou a encontrar 4.952 delas.
“A parceria entre Mães da Sé e Microsoft é um poderoso exemplo de como podemos aplicar a tecnologia para ajudar a resolver grandes desafios em nossa sociedade”, disse Brad Smith, presidente da Microsoft, durante sua apresentação no evento Inteligência Artificial na Transformação Digital, no Ministério da Economia, em Brasília.
Lançado em julho de 2017, o programa AI for Humanitarian Action tem previsto o investimento de US$ 40 milhões em inteligência artificial para ajudar em esforços como desastres, recuperação, proteção de crianças, refugiados e pessoas deslocadas e promovendo o respeito pelos direitos humanos.
Fonte: Canaltech