Chinesa quer contornar ‘lista negra’ dos EUA e expandir a Huawei App Gallery para não depender do Google Play Services
A série Mate 30 é o primeiro lançamento da Huawei a ser afetado pela proibição emitida no início do ano pelo Departamento de Comércio dos EUA (que proíbe empresas americanas de venderem bens ou serviços à companhia). Como resultado, o Google não tem permissão para fornecer acesso ao Google Play Services aos novos smartphones da marca.
O Play Services não é apenas uma maneira de o Google pré-instalar seus aplicativos (como Gmail, Maps, Fotos e YouTube), é também o intermediário para notificações, mapas e segurança de muitos outros apps. Na China, a Huawei tem a Huawei App Gallery, com milhares de aplicativos disponíveis para download. Como substituto do Google Play Services — e para aprimorar serviços como localização, gerenciamento em nuvem, notificações e jogos —, utiliza o Huawei Mobile Services (HMS).
Para tentar contornar a proibição, a empresa quer incentivar desenvolvedores dos EUA a criarem apps para a plataforma. Richard Yu, CEO da companhia, diz que o Programa de Incentivo ao Ecossistema HMS, que terá investimento de US$ 1 bilhão, busca estimular desenvolvedores a criarem aplicativos e comercializá-los em telefones da Huawei fora da China. Esses profissionais terão participação de 85% na receita dos apps — enquanto o Google e a Apple oferecem 70%.
Segundo Yu, embora os serviços do Google não estejam disponíveis na Huawei App Gallery, é possível fazer o sideload nos celulares Huawei. Além disso, enquanto os desenvolvedores publicarem seus aplicativos na loja da companhia, a experiência do Android na EMUI 10 não será muito diferente do que ocorria nas versões anteriores.
Em coletiva de imprensa do lançamento da série Mate 30, em Munique, na Alemanha, o CEO disse que lamenta a situação. “No passado nós nunca fizemos isso, mas agora precisamos fazer. O governo americano nos forçou a isso e não temos outra opção.”
Yu disse, ainda, que a Huawei já considera outras lojas de aplicativos — de empresas como Aptoide e F-Droid. A App Store da Amazon é provavelmente a mais familiar para os usuários do ocidente, mas é pouco provável que a companhia chinesa consiga um acordo com ela, já que é mais uma companhia dos EUA.
Fonte: Olhar Digital, Android Central