A Seaborn Networks, empresa americana de sistemas de fibra óptica submarinos, inaugurou nesta quarta-feira (13) um novo cabo ligando São Paulo a Nova York, com 10,8 quilômetros de extensão, que servirá para a transmissão de sinal de internet entre os dois locais. Esse é o primeiro sistema de cabo submarino ponto a ponto entre as duas cidades.
Chamado de Seabras-1, o cabo tem seis pares de fibra óptica e transmissão de até 72 TB por segundo. Sua base terrestre fica na Praia Grande, no litoral de São Paulo, e, pelo subsolo, ele segue até a capital do estado. A construção do cabo levou mais de cinco anos e custou mais de US$ 500 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão na conversão atual), montante financiado pela gestora de fundos Partners Group, da Suíça, além de financiamentos angariados pela Seaborn Networks. A Alcatel Lucent, subsidiária da Nokia, fez parte da parceria de construção do sistema.
E todo esse investimento para que, exatamente? O cabo será utilizado para transmitir dados no mercado financeiro, como ordens de compra e venda feitas por softwares inteligentes, em alta velocidade, a chamada “high frequency trading”, por meio de um serviço da Seaborn Networks, o Seaspeed, conta o Jornal do Comércio.
Larry Schwartz, presidente da Seaborn Networks, destacou o ineditismo do novo sistema, ressaltando que, embora já houvesse conexões entre São Paulo e Nova York, essa é a primeira ligação direta do tipo entre as duas cidades. “Outras rotas poderiam levar dados de São Paulo a Nova York indiretamente, mas essa é a primeira conexão direta entre os dois centros financeiros, o que faz dele uma alternativa mais rápida”, explicou ao Jornal do Comércio.
Alguns contratos com empresas especializadas no serviço financeiro já foram fechados, e Schwartz afirma que as empresas de telecomunicação Telecom Italia (proprietária da Tim) e Tata Consulting também utilizarão o sistema para a transmissão de dados.
Olhando adiante, a Seaborn Networks planeja ampliar a estrutura par abrangir a Argentina, além de percorrer outras cidades brasileiras, como Fortaleza e Rio de Janeiro, na rota do cabo.
Fonte: Jornal do Comércio