Durante a nossa visita ao SAP Labs do Rio Grande do Sul, no começo de agosto, pudemos conferir uma série de novidades a respeito do local e falar com diversos executivos da casa. Um dos chefões do pedaço a aparecer por lá foi ninguém menos que Luis Cesar Verdi, Chief Customer Officer da SAP América Latina, que falou principalmente sobre a crescente necessidade das empresas em engatar na tão falada transformação digital.
No tablado de um dos auditórios do prédio, erguido na pequena cidade gaúcha de São Leopoldo, Verdi cita que essa transformação não é mais uma sugestão ou caminho indicado, mas sim algo essencial para que as companhias se mantenham competitivas e abram um leque de possibilidades para seus negócios. Mencionando a Under Armour, por exemplo, o CCO mostra a importância da digitalização para uma marca que, há até pouco tempo, era apenas uma fabricante de roupas e acessórios esportivos.
Luis Cesar Verdi
“Ciclos de produtos de um ano ou um ano e meio já não são mais possíveis. A inovação chega em ondas cada vez menores e mais rápidas”, analisa o executivo, comentando que a UA conseguiu se tornar uma empresa 100% conectada, que está presente na vida – e nos celulares – dos seu clientes e que, por isso, consegue receber dados do público em tempo real e de forma constante. “Redução de custo e a criação de produtos feitos sob medida para o cliente são somente alguns resultados dessa inovação e desse novo modelo de negócios”, acredita.
Questão de momento
A ideia da transformação digital, então, parece coerente e, de quebra, pode trazer vantagens comerciais para quem decidir se aventurar nesse tipo de projeto. Porém, por que agora? Por que esse é o melhor momento para fazer isso? Segundo Verdi, essa resposta é, na verdade, bastante simples: a existência de tecnologias cada vez mais acessíveis, viáveis e factíveis – pontos importantíssimos para que o investimento no novo não prejudique o ganha-pão da marca.
Com o intuito de dar uma mãozinha nesse sentido, o CCO afirma que a SAP está oferecendo aos seus clientes um conjunto de plataformas complementares e que trabalham como uma operação bimodal – cuidando tanto da gestão quanto da inovação dos negócios. Isso quer dizer que as ferramentas compiladas pelo recém-lançado SAP Leonardo se relacionam diretamente com os recursos clássicos da casa. “Os dois elementos se apoiam um no outro. Afinal, não adianta criar um produto inovador se ele não tiver por trás dele uma operação confiável de logística, gerenciamento e suporte”, lembra.
Deve haver um ciclo constante de inovação, acredita a SAP
Para ele, não se trata apenas de viabilizar novos modelos de negócios ou trazer novos produtos ao mercado: a digitalização das fábricas pode ajudar a reduzir custos e otimizar a operação como um todo. “Um exemplo disso é a manutenção preventiva adotada por algumas fabricantes, que, ao optar por uma linha de produção conectada e monitorada, não precisam esperar uma falha para fazer reparos. A equipe ou o sistema de monitoramento, com base em uma série de dados, age de forma preditiva para manter tudo funcionando”.
Quem é o alvo do Leo?
Em conversa conosco, Verdi revelou que, nesse primeiro momento, a adoção do Leonardo vem acontecendo de uma forma natural, com os principais clientes da SAP se interessando pelo kit. “São parceiros de longa data da SAP, que através da relação de confiança construída ao longo de anos resolveram testar as ferramentas de transformação digital”, explica o executivo.
Porém, será que, além desses 11 mil clientes que a marca tem no Brasil, há espaço para novos nomes e também para os pequenos e médios do mercado? “Sim, há novos clientes que estão sendo atraídos por esse leque de opções de inovação oferecida pela SAP”, ressalta o CCO. “Além disso, as ferramentas são disponibilizadas gratuitamente através da SAP Startup Focus, permitindo que startups e pequenas empresas possam testar esses elementos – desde que para atividades não produtivas”, completa.
Com esse formato, os empreendedores podem conhecer e testar suas ideias com os mais novos produtos, recursos e funcionalidades do ecossistema SAP. Porém, diferentemente do que acontece com o IBM Bluemix, por exemplo, não é possível operar gratuitamente nem com funções mínimas da plataforma se o seu objetivo é colocar um projeto no ar de forma comercial. Apesar disso, o executivo lembra que há planos para todos os bolsos e que a cobrança é escalável com o nível de uso do sistema.