Se você nasceu entre a segunda metade da década de 1980 e a primeira metade da de 1990, provavelmente se viu em algum momento da sua infância sem ter o que fazer, com um computador em sua frente e abriu o Paint para passar tempo. As criações ficavam quase sempre horríveis, e você sabia disso, mas nada o impedia de sempre se aventurar com o pincel virtual e criar a sua própria arte no programa clássico. Com a disseminação da internet de banda larga e a criação de várias opções de entretenimento no PC, provavelmente nenhuma criança mais se esbaldava no programa, mas ainda assim é triste ouvir que a Microsoft decretou o fim do Paint.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que a próxima atualização do Windows 10, que virá ainda neste segundo semestre de 2017, não contará mais com suporte para o Paint. Apesar de ser extremamente simples, o programa foi um dos pioneiros em softwares de edição de imagens e desenhos.

A arte desajeitada não era o único objetivo do Paint. Presente em todas as versões do Windows, desde a primeira, em 1985, o programa sempre foi usado como uma opção rápida, despretensiosa e para leigos que quisessem criar alguma montagem e não dispunha do software ou das habilidades para fazê-lo no Photoshop, por exemplo.

Em algum momento da história da internet, popularizaram-se também as criações sofisticadas de desenhos no Paint, com alguns vídeos alcançando milhões de visualizações no YouTube, todas de pessoas estupefatas com o nível que se podia alcançar naquele simples rabiscador. Uma página no Reddit, por exemplo, serve como belo repositório no qual alguns dos mais talentosos desenhistas de Paint publicam suas criações.

A Microsoft manterá o Paint 3D, uma novidade anunciada na atualização Windows 10 Para Criadores, de abril deste ano, e que parece ao mesmo tempo bastante interessante e inevitavelmente fadada ao esquecimento. Você pode alcançar umas criações legais nele, mas duvido que o sucessor terá a mesma popularidade que o Paint original teve na década de 1990, principalmente.

 

Fonte: The Guardian