Neste momento nosso planeta está sendo orbitado por 1071 satélites artificiais em operação e que cerca de 100 novos satélites são postos em órbita todo ano, na maioria das vezes para substituir os que precisam ser aposentados.A  maioria deles, os mais tradicionais, estão na ativa desde os anos 60, exercendo funções de transmitir sinais de televisão e previsões meteorológicas. Atualmente o tipo de satélite que mais cresce em quantidade são os de telefonia, GPS e navegação de internet.

O primeiro satélite artificial (precisamos diferenciá-los do nosso único satélite natural, a lua), foi criado pela antiga União Soviética e lançado em 1957 durante a Guerra Fria, aquele período da história da humanidade em que o mundo se polarizou entre comunistas – defendidos pela União Soviética – e capitalismo – defendido pelos Estados Unidos da América.

A Guerra Fria, conforme você lembra dos tempos escolares, iniciou-se logo após o final da 2ª Guerra Mundial e duraria por quase 50 anos. Estas décadas foram marcadas por pontos negativos, como a tensão e o medo de uma guerra nuclear que imperava frente à corrida armamentista disputada pelos 2 países, mas também houve pontos positivos, como a briga tecnológica, que entre outras coisas possibilitou a criação da internet, levou o homem à Lua e, como veremos hoje, lançou os satélites artificiais ao espaço.

No entanto, as primeiras ideias sobre a criação de um corpo artificial que pudesse circundar o planeta são bem mais antigas. Elas começaram ainda no século XVIII com as teorias sobre gravitação de Isaac Newton, que em seus estudos já previa a possibilidade de isso dar certo. E não foi só ele, até que virasse realidade, vários escritores de ficção científica propuseram novos conceitos sobre satélites e, com isso, conseguiram ajudar na dilapidação de quesitos chave, como funções, aerodinâmica, etc.

Foi somente após muito estudo e testes fracassados que os soviéticos conseguiram pôr em órbita, com sucesso, o Sputnik 1 – palavra russa para “Viajante” –, em 1957, mais precisamente em 4 de outubro daquele ano. Tal feito iniciou a corrida espacial, que como dissemos antes, culminaria com o homem pisando na Lua em 1969, bem como alguns animais – macaco e cachorro, por exemplo – viajando no espaço sideral.

O Sputinik I era muito diferente dos satélites lançados hoje em dia. Era uma esfera de cerca de 50 cm de diâmetro e 83 quilos, sem qualquer equipamento científico ou tecnológico, exceto por um aparelho de rádio 1 watt e um design estranho com 4 longas “pernas”, que eram na verdade as antenas para transmitir os sinais do rádio. Ele não tinha nenhuma função específica, como os de hoje em dia que podem ser militares, de geolocalização, retransmissores de sinal, etc.

O primeiro satélite feito pelo homem somente transmitia um sinal em formato de “beep”, que podia ser sintonizado por qualquer radioamador. Além disso, sua velocidade era de 29 mil quilômetros por hora, o que resultava em pouco mais de 1 hora e meia para dar uma volta completa ao redor do planeta em uma de suas 1440 órbitas elípticas para as quais ele havia sido programado.

Mesmo com toda sua precariedade – se comparado aos tempos atuais – o Sputinik I foi um marco e um grande avanço na história da exploração espacial, ajudando, inclusive a alavancar o Programa Apollo dos EUA que levaria o homem à lua pouco mais de 10 anos depois.

A vida dele foi curta. O satélite orbitou a terra por apenas 90 dias e viajou cerca de 70 milhões de quilômetros antes de cair; pouco, mas a semente para o futuro estava plantada. Com medo de ficar para trás na corrida espacial, os Eua – que já haviam falhado em 2 tentativas de lançar um satélite espacial – criaram a Nasa e a ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa), que criaria a Arpanet, que, por sua vez, se tornaria na internet e possibilitaria que você lesse esse texto. A partir daí os satélites foram evoluindo, passaram a contar com painéis solares para geração de energia, por exemplo – a bateria do Sputinik I durou 21 dias até cessarem os “beeps”.

Atualmente, dependendo da função, os satélites são colocados em órbitas de diferentes altitudes. Os de comunicação, por exemplo, encontram-se principalmente na órbita geoestacionária, a uma altitude de cerca de trinta e seis mil quilômetros, enquanto satélites que fotografam a superfície do planeta ficam entre cem e duzentos quilômetros acima da superfície.