Enquanto diversas gigantes da tecnologia andam entrando com tudo no segmento de carros inteligentes ou autônomos – disputando espaço com montadoras tradicionais e empresas criadas especialmente para o setor –, a Microsoft resolveu participar da brincadeira do seu próprio jeito: oferecendo suas ferramentas e conhecimento tecnológico. Prova disso é que a companhia acabou de fechar um contrato com a Toyota para licenciar uma série de suas patentes para os projetos de veículos conectados da marca.
A parceria deve dar à fabricante japonesa acesso a recursos que vão desde o próprio sistema operacional do automóvel até funcionalidades que abordam temas como inteligência artificial, reconhecimento de voz, controle por movimentos e muito mais. Na prática, isso significa que a Toyota não precisa gastar tempo e dinheiro no desenvolvimento desses softwares e que ela deve se preocupar apenas em como utilizar bem todos os brinquedinhos emprestados pela dona do Windows – além de fazer valer a dinheirama, não revelada, paga para a Microsoft.
De nada adianta o design futurista se o sistema não acompanhar a evolução, certo?
Essa parece ser uma evolução natural do relacionamento entre as duas companhias, já que ambas trabalham juntas há pouco mais de um ano para viabilizar os avanços do centro de pesquisa da montadora. Isso porque a plataforma Toyota Connected recorre aos serviços cloud da parceira, através do Azure, para funcionar adequadamente. O resultado é um sistema de computação na nuvem que oferece soluções customizadas para os clientes da fabricante de automóveis.
Vale notar que a Microsoft não tem nenhum acordo de exclusividade com sua atual colega, o que significa que seus produtos podem ser adquiridos e aplicados por outros grandes nomes do mercado automotivo. Nissan e Renault, por exemplo, também se apoiam no Azure para hospedar suas plataformas online e oferecer atualizações de software para carros conectados. A Volvo, por sua vez, está brincando com a ideia de utilizar o HoloLens para trazer a realidade aumentada tanto para a linha de produção quanto para seu laboratório de desenvolvimento.
O headset AR da Microsoft já está nos planos da Volvo
Será que um dia a empresa fundada por Bill Gates resolve se arriscar e desenvolver seu próprio veículo inteligente? Por enquanto, parece ser mais lucrativo negociar suas patentes com terceiros, não é mesmo?